quarta-feira, 21 de novembro de 2012

História. Trens e ferrovia na Cidade de Colatina.


A ferrovia foi responsável por uma série de progressos em nosso país e deve ocupar um espaço na memória brasileira; sendo assim é muito prazeroso tornar conhecido o desconhecido ao público geral. O Estado do Espírito Santo deve muito a ferrovia, que no passado eram várias, somando somente no sul do Estado, uma média de 6 ferrovias distintas. A Revista Trens & Ferrovias tem o prazer de apresentar para você um verdadeiro levantamento histórico e inédito da ferrovia na Cidade de Colatina.
A Companhia Vale do Rio Doce deixou marcas significativas da sua importância na transformação urbana de cidades e vilas, localizadas dentro de sua área de influência. Isto pode ser conferido, tanto a nível da grande cidade de Vitória, como em cidades menores, ao longo do leito de sua ferrovia “EFVM”, que transporta principalmente o minério de ferro extraído em Minas Gerais, onde inclusive, o apito do trem chegou a definir um modo de vida, estabelecendo horários para a população destes locais. Ao longo da EFVM, pontos que inicialmente funcionavam como apoio a sua construção, hoje se transformaram em importantes cidades e vilas. Colatina é um desses exemplos.
Resgate Histórico/Cultural Colatina E.S. (TRENS)
A história da antiga CVRD (Vale), está diretamente ligada à região de Colatina e adjacências, pois foi a partir da construção da estrada de ferro Vitória a Minas, é que o seu progresso começou a se delinear efetivamente, passando a ser conhecida no passado, no Estado do ES, como “Princesa do Norte”, devido ao seu forte comércio através da movimentação dos trens de passageiros pelo centro da cidade.

--> Segundo o livro “Eng.º Pedro Nolasco - Homenagem”, editado pela Tipografia Gentil, de Vitória, em 1935, e cedido à Revista “Nossa”, para pesquisa, esta era a seguinte situação da Estrada de Ferro Vitória a Minas em 30 de dezembro de 1912:

Estação de Colatina, inaugurada em 1906.
Estação de Natividade do Manhuassu, hoje Aimorés, inaugurada em 8 de agosto de 1907, no Km 207, alt. 76m.


Estação de Resplendor, inaugurada em 1.º de maio de1908, Km 244, alt. 92m.
Estação de Lajão, hoje Conselheiro Pena, inaugurada em 4 de dezembro de 1908, km. 276, alt. 125m.


Estação de Cachoeirinha, inaugurada em 18 de outubro de 1909, km. 312, alt. 153. (município de Caratinga).


Estação de Derribadinha, região perto de Governador Valadares, inaugurada em 31 de dezembro de 1909, km. 344, alt. 145. (município de Caratinga).


Estação de Figueira, hoje Governador Valadares, inaugurada em 15 de agosto de 1910, km. 358, alt. 165.


Estação de Baguari, inaugurada em 1.º de julho de 1911, km. 377, alt. 174m. (antigo município de Gunhães).


Estação de Pedra Corrida, inaugurada em 28 de dezembro de 1911, km. 398, alt. 194, (município de Guimarães).


Estação de Cachoeira Escura, inaugurada em 30 /12 de 1912, km. 443, alt. 210.


Vale destacar que nessa ocasião havia um total de 235 km de ferrovia, através da região áspera e febril, cortada por grandes rios correntes como o Manhuassu, Coité, Doce, Sassuy, Correntes, Santo Antônio e muitos outros menos caudulosos.


Desde 1908, Pedro Nolasco se preocupava com o beneficiamento em grande escala do ferro extraído no Brasil. E a massa colossal de ferro das montanhas de Itabira foi o alvo da ferrovia, que mudou o seu destino de ligar Diamantina.


A Estrada de Ferro Vitória a Minas, foi a maior das preocupações do engenheiro Pedro Nolasco, que a envolveu inteira na sua imaginação, dedicando-lhe por completo o seu carinho de administrador, nos últimos momentos da moléstia que o levou de nosso meio, delirava com sua ferrovia, e no seu delírio, dava ordens, certo de que talvez, ainda se dedicava à grandeza desta empresa, que hoje responde pela prosperidade, sendo a maior exportadora mundial de minério de ferro.
 



A Vitória a Minas está totalmente impregnada da personalidade de seu grande realizador e disto irradiará permanentemente um fluído que à envolverá, lembrando o grande e querido chefe, cuja memória terá a constante veneração dos que trabalharam sob sua direção sábia. Pedro Nolasco praticamente deu início a uma das mais importantes ferrovias do mundo: a “EFVM”, que ao longo dos anos já conseguiu superar vários recordes mundiais, como o da ferrovia mais movimentada do planeta. Na cidade de Colatina, existem 3 estruturas que marcaram distintamente épocas da ferrovia. São 3 pontes que ainda hoje existem, e ficarão ainda por muitos anos a representarem o trem na cidade.
Acima: 3.ª ponte da ferrovia em Colatina / A ponte metálica da foto foi construída para uma remodelação na ferrovia, quando foram substituídas as locomotivas a vapor pelas novas e pesadas diesel-elétricas. Essa foi a 3.ª Ponte ferroviária a ser construída em Colatina, logo com a chegada das novas locomotivas diesel elétricas B12 e G12. Já passaram por esta ponte até as pesadas locomotivas DDM de 160 toneladas, GT de 120 toneladas, G16 de 98 toneladas e outras máquinas da ferrovia. Esta ponte fica distante da primeira, somente uns 200 metros, e também transpõe o Rio Santa Maria, próximo ao Rio Doce
Escavações para a construção do ramal ferroviário que partiria da EFVM e ligaria Nova Venécia no norte do ES, passando pela ponte Florentino Avidos.

O último Trem Rio Doce a passar no centro da cidade de Colatina - ES em 1975. O povo colatinense se aglomera para se despedir do tão querido trem de passageiros que durante gerações passou pelo centro da cidade, encantando as pessoas que o vissem passar e que a partir de 1976, passa por fora, na nova estação ferroviária construída pela Companhia Vale do Rio Doce.

Na foto, uma curiosidade. Observem com atenção e verão as diferenças nos carros que, ainda que em preto e branco, perceb-se que há diferenças de alguns carros para outros, o que significa a presença das duas fases; a fase 1 e a fase 2, juntas, na mesma composição.

Um comentário:

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